segunda-feira, 31 de maio de 2010

Curando-se, para curar!

Na busca por uma visão única e exclusivamente espiritual, muitas vezes deixamos de lado decisões que vão contra nossos planos, a nossa ética e até mesmo nosso caráter. A partir disto, enxergo duas vertentes.



A primeira: por não querer ver a verdade que me assombra e me decepciona, faço do olhar cru, somente uma visão espiritual. Assim, torna-se mais fácil para aquele que se decepcionou, acreditar que não há maldade, inveja e desejo de controle por parte do próximo. Apenas foi instrumento do diabo ou permissão de Deus.



A segunda: decido-me a partir do que entendi. Ou seja, o próximo me ofende, me mostra o que realmente quer dizer com suas atitudes, e eu desconsidero a influência do diabo ou de Deus. Assim feito, enxergo realmente sua inveja, seu sadismo e sua “preocupação” desnecessária com a vida alheia. Mesmo assim, o perdôo.



Exposto estas duas visões, prossigo minha reflexão.



Um dos papéis da igreja de Cristo é acolher os feridos de espírito, é aconselhar segundo a Bíblia e não a achologia humana, aqueles que necessitam de orientações. Também é poder trazer para mais perto de Deus, indivíduos que estão perdidos e sendo consumidos pelo pecado.



Cabe ao corpo de Cristo, propagar o evangelho como ele é. Sem rodeios e promessas que não se cumprirão. Para tanto, existem estratégias.



Partindo deste raciocínio, queremos acreditar que aqueles que formam o corpo e auxiliam aos que chegam, devem no mínimo, estarem menos machucados e doentes comparados aos que necessitam de auxílio.



Infelizmente temos visto o contrário. Pessoas ainda firmadas no passado, rancorosas, invejosas, sem preparo espiritual e busca com Deus. Dizia Cristo: “...crescei na graça e no conhecimento...”.



Resultado: decepções cada vez maiores em nome de Deus. Pastores charlatões e ministérios cegos. Desunião dentro do corpo de Cristo, contenda e separação. Desobediência e dificuldades em seguirem regras. Igrejas monopolizando todo o tipo de cura, pensando que o ser humano é apenas espírito, e não também alma e corpo.



O Deus ao qual conheço, não se limita a templos feitos por mãos humanas. Igreja cheia de gente, não é o mesmo que gente cheia de Deus. Assim, a preocupação deve ser em salvá-las e não prendê-las. Orientá-las e não limitá-las. Aconselhá-las e não se mostrarem conhecedores de uma única solução.



Sabemos que a igreja é um lugar de pessoas complicadas! Mas ainda deveria ser o único lugar a ensinar amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a mim mesmo!



Fomento estas reflexões com o desejo de que sejamos sarados, e o corpo de Cristo venha ser lugar de paz. Desejo uma vida cristã sem peso, sem culpa e sem medo, pois estes sentimentos têm afastado as pessoas de Cristo. Quem gostaria de ter um pai que não deixa nada? Que fulmina e castiga em todo momento?



Portanto, vos digo algo para honra e não para a desonra. Somos seres humanos e não Deus. A busca pela santidade é necessária, opcional, mas não é obrigatória. Temos o livre arbítrio.



De uma coisa sei: que não olharei espiritualmente todos os episódios da vida, para isentar o próximo de seu desejo maldoso.

Também não culparei a Deus e o diabo todo momento, por tentar manter uma ordem num corpo que está doente e desordenado.



Desmascarei a mentira com a verdade e pagarei (apesar de já ter sido pago) o preço que for preciso. Não tolerarei movimentos enganosos dentro das igrejas e nem participarei de campanhas com promessas fantasiosas. Não serei moldado por pensamentos mesquinhos “sabedores” da verdade. E isto serve tanto para os que são cristãos, como para os que não são.



Na busca pela propagação da ordem, buscarei a sabedoria de Deus. E tenho certeza que Ele concederá!



As verdades devem ser faladas, as dúvidas sanadas e os corações sarados. Isto não se faz com o tampar do sol pela peneira. Isto se faz discutindo, sendo sincero e reconhecendo nossos erros e falhas. Sou a favor da autenticidade, incomode a quem quiser!



A igreja somos nós, e a retidão, humanismo e caráter, devem fazer parte de nossa história e de nossa vivência. “Aonde abundou o pecado, superabundou a graça”



Queremos um crescimento saudável? Então nos alimentemos de coisas que edifiquem!



Não almejo um corpo que seja visto pelo mundo, como crianças mimadas e coléricas que se rebelam contra as responsabilidades da vida adulta e que exigem um governo paternal para lhes suprir as necessidades desde o começo até o fim da vida!



A Deus, o papel de Deus! Ao anjo, o papel de anjo! À igreja, o papel de igreja!



Que Deus lhe abençoe!

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