segunda-feira, 7 de junho de 2010

Por não saber

Wellington Miranda

Por não saber, quis aprender, e fui aprendendo.A bíblia nos ensina a sermos desejosos como crianças.A psicanálise também.Gonzaguinha cantava "...viver e não ter a vergonha de ser um eterno aprendiz..." e Jesus exortava a aprendermos com ele, que era manso e humilde de coração.

Aprendo que humildade, mansidão e desejo não podem me faltar.É esta aliança que me propiciará momentos de vitória, aprendizado e sabedoria.Quando entendo isto, aprendo que estamos em constante aprendizado.Mas não quero só aprender, porque muito conhecimento sem uso adequado, pode me tornar arrogante e até mesmo perigoso.

Quero ser sábio! Como Salomão, Jesus e os mestres da história que fizeram a diferença.

Quero ser humilde, pois assim farei com que as pessoas se aproximem de mim sem medo de serem discriminadas.

Quero ser manso, pois minhas decisões serão pautadas e assim, sofrerei menos e farei com que os outros sofram menos também.Não é não sofrer.Impossível.Mas é saber que passaremos pelo sofrimento.Acharemos uma saída e não nos assustaremos com a imprevisibilidade da vida, porque viver é isso: Incerto.

Quero desejar, pois só assim me sentirei vivo.Pois quem não deseja, está morto.É o desejo que me move, é o espírito santo que me guia e são as pessoas que me refletem, que tudo isto é verdade.

É por não saber que quero aprender.É por desejar, que cresço.É por você existir, que escrevo.

Sobre cactos e cristãos

Wellington Miranda


Perdoem-me por pensar tanto.É que meus pensamentos saltam como milho quando
vira pipoca.
Entram sem pedir licença e saem quando eu escrevo. Assim começa a minha escrita: das coisas mais simples às mais sofisticadas, ou vice-versa.

Acredito que por haver passado por alguns desertos, é que associei a idéia de cacto ao cristão.


Então, “senta que lá vem a história!

O termo cactos foi usado há cerca de 300 anos antes de Cristo pelo grego Teofrastus. Em seu trabalho chamado Historia Plantarum, ele associa o nome cacto à plantas com fortes espinhos. Embora os cactos possam ter formas diversas, ainda hoje associamos a idéia de que são plantas com muitos espinhos. Apesar de 92% de sua estrutura ser composta por água, a presença do cacto indica sempre um solo pobre e seco.

Por aqui, começa meu devaneio...

Nem toda planta que possui água e espinho é cacto.Assim como nem todo aquele que se diz ser cristão, é.Sua presença pode indicar o que o cacto indica: que está em solo seco e pobre.

A bíblia nos ensina a reconhecermos uma árvore, pelo fruto que ela dá. E quando reconhecemos um cristão? Quando vemos em seu comportamento algo de reto, exemplar, de caráter. Algo que dá fruto...

O curioso é que todos os cactos florescem.Porém, algumas espécies só dão flores após os 80 anos de idade ou quando chegam a atingir altura superior a dois metros. Ou seja: tem crente que passa a vida inteira na igreja e está sujeito a perder a salvação.Outros estão esperando os milagres caírem do céu para que possam ser felizes e há outros, que estão esperando seu crescimento para florescerem.

Mas também há aqueles que não possuem a água que vos sustenta (Jesus Cristo) e sua fé está firmada em imagens que tem ouvido e não ouve e em deuses que não salvam.

Infelizmente existem cristãos acreditando que santidade tem haver com antiguidade e que sorriso no rosto é perversidade.

Estão esperando chegar “aos oitenta anos ou aos dois metros de altura”.

Quando cito esperar, meu pensamento se remete à idéia de comodismo, de inércia, de imobilidade. Idéia esta que tem se tornado verdade no cotidiano de algumas igrejas e de muitos que se dizem crentes.
Esqueceram que Deus os abençoou com desejos e sonhos.Com ousadia e intrepidez.Com astúcia e prudência.Com capacidade para aprender e com humildade para aceitar os erros.

Olho para o cacto e aprendo com ele. Aprendo que depois da primeira floração (para nós, primeiros frutos, boas ações, etc), todo ano, na mesma época, as flores voltam a aparecer.

Mas diferente dos cactos, nossa beleza não pode aparecer anualmente e nem nossos frutos, esporadicamente.
Ao contrário de muitos, acreditamos no reflorescimento a cada manhã, na ajuda mútua constante e no compadecimento com as almas, sempre.

Para nós cristãos, o sentimento de união e boa ação, não se dá somente em épocas de natal, dia das crianças ou sexta-feira da paixão.Estas datas são datas de desertos...dias de introspecção... que para muitos, acaba ali mesmo.

Não somos cactos para vivermos somente em lugares áridos ou desérticos.Somos responsáveis por nossas escolhas e como “vivemos” a vida. Temos a liberdade de escolher a terra que seremos plantados.

Mas também nos assemelhamos às plantas, pois possuímos a capacidade de nos adaptarmos ao ambiente no qual vivemos. A diferença é que ela (planta, cacto) não escolhe onde quer ficar, onde deseja ser plantada. Se o cacto não se adaptar ao lugar, ele morre.Se nós não nos adaptarmos, temos outras escolhas que podem nos trazer alegria.No entanto, as plantas conseguem mostrar sua beleza, mesmo nos lugares que não escolheram estar.Mesmo em meio aos espinhos, ao deserto - por um período longo sem chuvas – permanecem vigorosos! Ambos – cactos e cristãos – passam por um processo evolutivo. A diferença é que o cacto, faz o deserto ficar belo e o cristão, faz do belo um fardo.

Deus te capacita com o que você tem! Utiliza de suas habilidades para servi-lo e propagar Sua verdade! Independente de cor, raça, intelectualidade ou analfabetismo. Por que “...a letra mata, mas o espírito vivifica...”.Ele utiliza quem quer, na hora que Ele quiser.Mas somos mesquinhos, neuróticos e muitas vezes invadidos pela insatisfação e ingratidão.

Os cactos não se preocupam com sua estatura – de 2 cm a 10m de altura – e nem com o que hão de comer.

Uma das adaptações do cacto para viver, é apresentar raízes superficiais, muito longas e ramificadas, permitindo o aproveitamento de uma grande área de solo que permanece úmida por pouco tempo quando chove. Segundo os estudiosos, há espécies que têm uma raiz principal muito grossa para acumular um bom volume de água e substâncias nutritivas. Muitas vezes, essas raízes são mais grossas que a parte aérea da planta.

Vou ao Salmo 1, pois apesar d’eu não ter raiz propriamente dita, sigo o exemplo do cacto que finda sua raiz na terra, afim de conseguir sustento e confiança para não se abalar com a situação desértica.
Passo a meditar e ter meu prazer nas leis do Senhor, pois as escrituras nos ensina, que se isto conseguirmos, “...seremos como árvore plantada junto ao ribeiro, a qual dará seu fruto na estação própria e cujas folhas não caem...”

A diferença é que nossa água não seca, pois é água que vem do Trono de Deus! Quando ingerimos desta água, o que é impuro começa a sair e dar lugar ao que é bom e agradável.

Mas como acumular esta água? Como beber desta água e não deixar que me esvazie?Como passar pelo deserto e resistir aos longos períodos de secas pelos quais passamos?
Arrisco um palpite, reconhecendo que não tenho respostas para muitas perguntas: obedecendo as Leis de Deus, vigiando, orando e jejuando.Buscando esperança no ribeiro, notando a beleza que resplandece a cada amanhecer! Amando mais, arriscando mais.Fazendo mais análise (pois estarei em contato direto com meu lado nefasto), perdoando mais e sabendo que “...tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus...”.

O conseguir acumular esta água, novamente nos assemelha aos cactos, que apesar de não precisarem da beleza de Deus – pois refletem Deus em sua simples existência - apresentam uma pele espessa com uma cera que ajuda a evitar a perda por transpiração. A planta tem também estômatos - estruturas semelhantes aos nossos poros -, que durante o dia, sob sol forte, permanecem fechados para evitar a perda da água na forma de vapor.

Mas a água do cristão não se perde com o vapor.Se perde com o distanciamento de Deus.Com o superabundar do pecado e com o exercício efetivo de nossas próprias vontades, não obedecendo à vontade do Pai.

Os cactos necessitam de sol e ventilação.Nós precisamos da luz eterna que nunca se apaga (Jesus Cristo) e do sopro do Espírito Santo, que é o único vento capaz de refrigerar totalmente uma alma.

Os espinhos são uma característica marcante dos cactos.Nós cristãos, somos marcados pelo sangue do cordeiro e carregamos muitas vezes, a marca de Cristo.

Não Cristãos!Não nos reduzamos a cactos! Apenas aprendamos com eles, assim como sempre estamos aprendendo com o próximo! E por que não?
Porque seus espinhos nada mais são do que folhas que se reduziram no processo de evolução desta planta!

Nossas flores não podem se reduzir a espinhos.Não precisamos de espinhos para nos defender e nem para evitar a transpiração como fazem os cactos.

Precisamos dar frutos e nossas flores, brotarem...

Que a evolução (espiritual ou não) não venha tirar o que de belo existe em nós.Que em nossas readaptações pela vida, não venhamos reduzir nossas flores em espinhos e nem nossos sonhos em frustrações.

Que passemos pelo deserto em boa companhia e que brindemos junto aos cactos, a arte de reter água, mesmo em terra seca!

Que Deus continue lhe abençoando

Sobre capela e bordel

Wellington Miranda


Foram dois anos de viagens pelas mesmas estradas.Pena que não foi de trem.Quem as conhece, confirmará o que direi.Quem não as conhece, que aproveite para viajar e conhecê-las.Trata-se de uma pequena serra no interior de S.Paulo, chamada serra de “Santa Maria”.Penso que a “Santa” ninguém viu, mas a beleza da paisagem é capaz de santificar qualquer alma que se permita ser tocada pela natureza, que ali, ainda vive.

Valeu a pena.Repentinamente me dei conta da localização de uma capela e de um bordel.Dois lugares antagônicos, construídos nos extremos da serra.Um, lugar de promessas, perdão, oração, respeito, santidade, etc, localizado na parte baixa.O outro, lugar de prostituição, gozo, descompromisso e “pecado”, situado no ponto mais alto da serra.Mas uma diferença visível se fez entre os dois:o prostíbulo, sempre encontrava-se de portões e portas abertas; já a capela, sempre de portões e portas fechadas.Cheguei a pensar, que talvez o padre estivesse fazendo uma visita para aquelas mulheres e aí, teve que fechar as portas e levar as chaves.Se foi evangelizá-las ou fazer-lhes companhia, não sei.Quem um dia passar por lá, que veja, e se possível, me ligue para contar.

Se forem subir a serra, não se preocupe em pedir a benção do padre (pois é a capela que você vai ver primeiro), ele não vai estar lá e pelo visto, a “santa” também não.Contente-se em saber, que se quiseres, no final da serra, terá um lugar de descanso, massagem e “boas” companhias.Que serás acolhido se estiverem te desprezando e consolado se estiver aflito.Mas lembre-se de que tudo tem um preço.Que após uma bela subida e um confortável descanso, a vida continua.Pessoas ou compromissos esperam por você e, independentemente, de como esteja se sentindo após a saída do bordel, a estrada continua linda!

Agora, se você é daquele que precisa da benção do padre para prosseguir viagem, pedir perdão a “ele” de seus pecados e pagar a penitência dentro da capela, não se esqueça: As portas estão fechadas e as chaves estão com ele!Não!Não tente entender o padre.Nada garante que o compreendido seja gostado.Às vezes, quando a gente não entende, come e gosta.Quando entende, desgosta e vomita.

Haverá um feitiço contra a capela?Algo que precise ser quebrado para que as portas se abram?Quem é que vive dentro do padre que pode estar adormecido, encantado?

Mais forte que o feitiço é o amor!Este pode muito.Faltará amor no padre ou na “santa”?

Se tal feitiço existir e for destruído, não mais haverá mistérios dentro da capela e nem na Serra de “Santa Maria” e, talvez, o amor do padre e da “santa” se transforme num tédio interminável.

Se por ventura, algum dia notarem a porta da capela aberta e a do bordel fechada, por favor, me comuniquem, acharei uma nova estrada que deva conter mistérios ...

Sobre apitos e apitos

Wellington Miranda

Já faz muito tempo...

Quando criança, costumava sair disparado para o “fundo” do quintal da casa de meus pais, quando ouvia o apitar do trem.Época gostosa onde me dava ao prazer de apenas escutá-lo.Penso que minha vocação para psicanalista iniciou-se aí. Neste saber escutar... Por que vocação? Porque vocação é algo que nasce com a gente, não se aprende, brota. A palavra vocação vem do verbo vocare, que quer dizer “chamar”. “...é uma voz interior que chama e indica uma direção a ser seguida...”. Se escutá-la, pode ser que eu venha a ter momentos de felicidade. Se não escutar, poderei ser rico, poderoso e até famoso, mas não serei feliz.


Resolvi escutar minha vocação, essa voz que se iniciou há muito tempo, e hoje, sou feliz...



Escutar o trem não era para qualquer um. Nunca me permiti acostumar com seu barulho estrondoso, pois aprendi, que ao se acostumar com as coisas, posso deixar de ver a beleza que existe nelas. Assim acontece com os casamentos, namoros, relacionamentos em geral e até com o próprio sofrimento. Pessoas acostumam sofrer e desistem de sonhar, acostumam com o jeito de seus parceiros e não criam mais nada. Diz um ditado:”Quem está contente do jeito que está não cria nada”. Criei um outro...Quem se acostuma e acomoda com as coisas do jeito que estão, não cria nada.



Muitos que moram próximo à estação ferroviária, acostumaram com seu apito e barulho, a ponto de não o escutarem mais. E é por não o escutarem, que o governo resolveu abolir as estradas de ferro e triplicarem os pedágios. Acharam que com a retirada dos trens, as pessoas não sofreriam. Erraram! Foram egoístas! Não perguntaram se a presença dos trens era importante! Sou feliz por ter escutado a minha vocação, mas me entristeço ao escutar hoje o apito dos trens. Não possuem a mesma força, não carregam mais a alegria de se exibirem quando estão chegando à estação. As crianças não o admiram mais e os maquinistas estampam em seus rostos, a tristeza de não serem mais reconhecidos e admirados por serem os condutores das locomotivas. Viajei muito com “eles”... Esses dias, tive que levar minha filha até à cidade de Anhumas para que ela pudesse conhecer um pouco, do que conheci muito. Gostou...



Que pena não morar mais perto da FEPASA; que pena as estações estarem destruídas – as climáticas também; que pena o apito do trem não ter a mesma beleza e a mesma força; que pena Rubem Alves não passar mais no fundo de meu quintal para dar aulas na cidade de Rio Claro; que pena não conseguir mais sentir o tremer do chão e os sons agudos da linha de aço, avisando que algo grande estava se aproximando; que pena não ver mais as pessoas acenando para nós, enquanto seguiam viajem e continuávamos a brincar...



E é por isso que não esqueço daquela época...porque a memória carrega coisas que fazem sentido e que podem ser usadas. Não esqueço porque foi apreendido. Vou levar para o céu quando morrer e compartilhar com aqueles que não souberam viver sua infância. Aprendi a escutar... e acabei escutando que o fim da vida dos trens estava próximo. Aí, resolvi seguir minha vocação... escutar pessoas, pois a ausência cada vez maior das locomotivas, marcava ,que um dia, não mais as escutaria.


Preciso parar por aqui, pois neste instante ouço um apito...se não escutá-lo agora, não sei quando o escutarei novamente...

Psicologia, família e vida cristã

Wellington Miranda

Ao contrário do que muitos pensam, a Psicologia não é uma religião e sim, uma ciência voltada para o estudo do comportamento humano e que, quando bem trabalhada paralelamente ‘a verdade bíblica, pode surtir efeitos extraordinários.

A Bíblia nos relata histórias vivenciadas por pessoas (Moisés, Davi, Jesus) cujo comportamento são modelos a serem seguidos e que ressaltam a importância do diálogo na construção da personalidade. Por isso, vale a pena pensar em como falamos com nossos filhos: com paciência, tolerância, amor, ou com “berros”, sem ao menos ouvir a “fala” do filho e entender sua forma de se expressar.

Em Pv. 28:21a, diz:a vida e a morte estão no poder da língua ...” Na educação dos filhos, os pais precisam estar atentos em como usam suas palavras.

Diante de “problemas” não ofenda a pessoa, mas refira-se a situação. Críticas como “burro”, “desleixado”, “preguiçoso”, atingem diretamente o cerne da personalidade, comprometendo a auto-estima e futuramente a auto-realização. As palavras ditas devem transmitir interesse pelo “assunto-problema” e não rejeição, prestando atenção se não estamos apenas ensinando a bíblia e deixando de vivê-la, ou seja, diz algo e faz outro, pois para a criança, é doloroso aceitar que os pais são mentirosos.

O tom de voz e o olhar são grandes aliados no diálogo, já que através deles pode-se sentir a rejeição ou aceitação do amor dos pais; amor este, que não se faz somente com beijos e presentes e sim, com inúmeras ações e demonstrações afetivas.

Assim fazia Jesus.Às vezes com poucas palavras, mas com comportamentos de afeto e compreensão, expressava seu amor nos momentos de dificuldades. Jesus transmitia amor, pois suas palavras tinham aceitação, suas reações mudavam atitudes e suas respostas mostravam respeito e confiança.

As críticas imediatas apenas prejudicam, distanciando as pessoas, causando danos a auto-estima e à formação da personalidade dos filhos. Manter sob controle as emoções que nos afligem é fundamental para o bem estar.

“ A vida em família é onde iniciamos a aprendizagem emocional”. Aprendemos como nos sentimos em relação a nós mesmos e como os outros vão reagir a nossos sentimentos. Também é o lugar que aprendemos interpretar e manifestar nossas expectativas e temores.

Aprendemos tudo isso, não somente através do que nossos pais dizem ou fazem, mas através do modelo que oferecem quando lidam individualmente com seus próprios sentimentos e com aquilo que passam na vida conjugal.

Como temos nos comportado perante a família e a vida cristã ? Quais modelos temos seguido: talentosos ou atrozes ?

Segundo Teles (1975), “ Nenhuma tarefa é tão importante que construir uma pessoa” .

Decidi

Wellington Miranda

Decidi que não vou mais compactuar com aqueles que transgridem as leis de trânsito. Vou denunciá-los.

Decidi que não quero me envolver com a política, apesar de me proporem vantagens econômicas e status social.

Decidi que continuarei louvando a Deus em todas as circunstâncias da vida.

Decidi que quero viver cada momento da minha vida como se fosse último, mesmo que às vezes venha a fazer papel de ridículo.

Decidi que quero sorrir mais, andar mais de bicicleta e continuar indo a pé para o trabalho, até que minha saúde me permita.

Decidi que quero pegar minha filha no colo até minhas forças não conseguirem levantá-la.

Decidi que continuarei a levá-la de bicicleta à escola até suas perninhas crescerem e não caberem mais no suporte que a sustenta.

Decidi que não quero mostrar às pessoas o que possuo de bens materiais e sim, fazê-las entender que o melhor é o que somos por dentro, e não o que temos.

Decidi pagar o preço pelas minhas escolhas e sustentá-las para gozar delas.

Decidi olhar para o que tenho ganhado e não perdido, só assim meus olhos enxergam esperança neste mundo tenebroso.

Decidi ter esperança nos ideais de uma juventude que não se conforma com a corrupção deste mundo.

Decidi que tentarei amar mais o próximo, o que é muito difícil.

Decidi que continuarei almoçando fora e tomando meus cafés da manhã intermináveis e prazerosos.

Decidi que continuarei tratando bem aqueles que me pedem auxílio, mesmo que eu não os consiga auxiliá-los.

Decidi que quero estar mais próximo da minha família e se possível, fazer mais amigos.

Decidi que quero viajar mais e conhecer novas culturas.

Decidi que não vou aceitar qualquer discurso evangélico e nem político sem pôr à prova a veracidade dos fatos.

Decidi que não vou mais me calar frente à cegueira espiritual do povo evangélico e nem às críticas arrogantes daqueles que não acreditam em Deus.

Decidi que quero servir a Deus por nada e o nada me será tudo.

Descobri que existe uma realidade no universo que se chama Deus, eu o reconheço e o sirvo.

Decidi que continuarei usando as roupas que me sinto bem e não as que querem que eu use.

Decidi que continuarei estudando, fazendo análise e lendo todos os tipos de leituras, reconhecendo minha inconstância e às vezes, minha contradição.

Decidi que continuarei lendo a bíblia e trazendo seus contextos para os dias atuais.

Decidi que não quero mais contato com aqueles que me humilharam e descreram de minha capacidade.

Decidi que não quero mais perto de mim, pais que não educam seus filhos porque não querem aprender e nem aceitam críticas de seus erros.

Decidi que não me assentarei mais com aqueles que só falam em comprar e adquirir bens materiais.

Decidi que continuarei sonhando e escutando belas músicas ....

Decidi que quero dançar quando der vontade e cantar alto quando minha alma precisar gritar...

Decidi que continuarei indo às cachoeiras enquanto ainda houver água. Mesmo que ela seja gelada e os pernilongos me piquem.

Decidi que continuarei matando todas as aranhas que se aproximarem de mim, mesmo que eu goste tanto do Homem – Aranha ( Spider Man)

Decidi que continuarei escrevendo, mesmo que minha escrita não seja tão interessante.

Decidi que quero me preocupar menos com as coisas que parecem ser um temporal, porque na maioria das vezes, não passam de um copo de água.

Decidi que quero ser como árvore plantada junto ao ribeiro ( Salmos 1), que no devido tempo dará fruto.

Decidi que quero continuar crendo sem vê. Pois se vejo, então não há esperança, há certeza, porque esperança é acreditar sem ver.

Decidi que mesmo frente as incertezas, continuarei minha caminhada.

Decidi que quero continuar sendo romântico, gostando de poesias e utopias.

Decidi que continuarei acordando cedo, porque acho perda de tempo ficar dormindo.

Decidi que quero continuar olhando além do horizonte e chamando à existência, coisas que ainda não existem.

Decidi que estou aberto às críticas e sugestões e que aceitarei aquelas que procederem.

Decidi que não falarei para aqueles que não querem escutar e nem escreverei para aqueles que não querem ler.

Decidi que quero viver....... e que você também viva!