segunda-feira, 7 de junho de 2010

Por não saber

Wellington Miranda

Por não saber, quis aprender, e fui aprendendo.A bíblia nos ensina a sermos desejosos como crianças.A psicanálise também.Gonzaguinha cantava "...viver e não ter a vergonha de ser um eterno aprendiz..." e Jesus exortava a aprendermos com ele, que era manso e humilde de coração.

Aprendo que humildade, mansidão e desejo não podem me faltar.É esta aliança que me propiciará momentos de vitória, aprendizado e sabedoria.Quando entendo isto, aprendo que estamos em constante aprendizado.Mas não quero só aprender, porque muito conhecimento sem uso adequado, pode me tornar arrogante e até mesmo perigoso.

Quero ser sábio! Como Salomão, Jesus e os mestres da história que fizeram a diferença.

Quero ser humilde, pois assim farei com que as pessoas se aproximem de mim sem medo de serem discriminadas.

Quero ser manso, pois minhas decisões serão pautadas e assim, sofrerei menos e farei com que os outros sofram menos também.Não é não sofrer.Impossível.Mas é saber que passaremos pelo sofrimento.Acharemos uma saída e não nos assustaremos com a imprevisibilidade da vida, porque viver é isso: Incerto.

Quero desejar, pois só assim me sentirei vivo.Pois quem não deseja, está morto.É o desejo que me move, é o espírito santo que me guia e são as pessoas que me refletem, que tudo isto é verdade.

É por não saber que quero aprender.É por desejar, que cresço.É por você existir, que escrevo.

Sobre cactos e cristãos

Wellington Miranda


Perdoem-me por pensar tanto.É que meus pensamentos saltam como milho quando
vira pipoca.
Entram sem pedir licença e saem quando eu escrevo. Assim começa a minha escrita: das coisas mais simples às mais sofisticadas, ou vice-versa.

Acredito que por haver passado por alguns desertos, é que associei a idéia de cacto ao cristão.


Então, “senta que lá vem a história!

O termo cactos foi usado há cerca de 300 anos antes de Cristo pelo grego Teofrastus. Em seu trabalho chamado Historia Plantarum, ele associa o nome cacto à plantas com fortes espinhos. Embora os cactos possam ter formas diversas, ainda hoje associamos a idéia de que são plantas com muitos espinhos. Apesar de 92% de sua estrutura ser composta por água, a presença do cacto indica sempre um solo pobre e seco.

Por aqui, começa meu devaneio...

Nem toda planta que possui água e espinho é cacto.Assim como nem todo aquele que se diz ser cristão, é.Sua presença pode indicar o que o cacto indica: que está em solo seco e pobre.

A bíblia nos ensina a reconhecermos uma árvore, pelo fruto que ela dá. E quando reconhecemos um cristão? Quando vemos em seu comportamento algo de reto, exemplar, de caráter. Algo que dá fruto...

O curioso é que todos os cactos florescem.Porém, algumas espécies só dão flores após os 80 anos de idade ou quando chegam a atingir altura superior a dois metros. Ou seja: tem crente que passa a vida inteira na igreja e está sujeito a perder a salvação.Outros estão esperando os milagres caírem do céu para que possam ser felizes e há outros, que estão esperando seu crescimento para florescerem.

Mas também há aqueles que não possuem a água que vos sustenta (Jesus Cristo) e sua fé está firmada em imagens que tem ouvido e não ouve e em deuses que não salvam.

Infelizmente existem cristãos acreditando que santidade tem haver com antiguidade e que sorriso no rosto é perversidade.

Estão esperando chegar “aos oitenta anos ou aos dois metros de altura”.

Quando cito esperar, meu pensamento se remete à idéia de comodismo, de inércia, de imobilidade. Idéia esta que tem se tornado verdade no cotidiano de algumas igrejas e de muitos que se dizem crentes.
Esqueceram que Deus os abençoou com desejos e sonhos.Com ousadia e intrepidez.Com astúcia e prudência.Com capacidade para aprender e com humildade para aceitar os erros.

Olho para o cacto e aprendo com ele. Aprendo que depois da primeira floração (para nós, primeiros frutos, boas ações, etc), todo ano, na mesma época, as flores voltam a aparecer.

Mas diferente dos cactos, nossa beleza não pode aparecer anualmente e nem nossos frutos, esporadicamente.
Ao contrário de muitos, acreditamos no reflorescimento a cada manhã, na ajuda mútua constante e no compadecimento com as almas, sempre.

Para nós cristãos, o sentimento de união e boa ação, não se dá somente em épocas de natal, dia das crianças ou sexta-feira da paixão.Estas datas são datas de desertos...dias de introspecção... que para muitos, acaba ali mesmo.

Não somos cactos para vivermos somente em lugares áridos ou desérticos.Somos responsáveis por nossas escolhas e como “vivemos” a vida. Temos a liberdade de escolher a terra que seremos plantados.

Mas também nos assemelhamos às plantas, pois possuímos a capacidade de nos adaptarmos ao ambiente no qual vivemos. A diferença é que ela (planta, cacto) não escolhe onde quer ficar, onde deseja ser plantada. Se o cacto não se adaptar ao lugar, ele morre.Se nós não nos adaptarmos, temos outras escolhas que podem nos trazer alegria.No entanto, as plantas conseguem mostrar sua beleza, mesmo nos lugares que não escolheram estar.Mesmo em meio aos espinhos, ao deserto - por um período longo sem chuvas – permanecem vigorosos! Ambos – cactos e cristãos – passam por um processo evolutivo. A diferença é que o cacto, faz o deserto ficar belo e o cristão, faz do belo um fardo.

Deus te capacita com o que você tem! Utiliza de suas habilidades para servi-lo e propagar Sua verdade! Independente de cor, raça, intelectualidade ou analfabetismo. Por que “...a letra mata, mas o espírito vivifica...”.Ele utiliza quem quer, na hora que Ele quiser.Mas somos mesquinhos, neuróticos e muitas vezes invadidos pela insatisfação e ingratidão.

Os cactos não se preocupam com sua estatura – de 2 cm a 10m de altura – e nem com o que hão de comer.

Uma das adaptações do cacto para viver, é apresentar raízes superficiais, muito longas e ramificadas, permitindo o aproveitamento de uma grande área de solo que permanece úmida por pouco tempo quando chove. Segundo os estudiosos, há espécies que têm uma raiz principal muito grossa para acumular um bom volume de água e substâncias nutritivas. Muitas vezes, essas raízes são mais grossas que a parte aérea da planta.

Vou ao Salmo 1, pois apesar d’eu não ter raiz propriamente dita, sigo o exemplo do cacto que finda sua raiz na terra, afim de conseguir sustento e confiança para não se abalar com a situação desértica.
Passo a meditar e ter meu prazer nas leis do Senhor, pois as escrituras nos ensina, que se isto conseguirmos, “...seremos como árvore plantada junto ao ribeiro, a qual dará seu fruto na estação própria e cujas folhas não caem...”

A diferença é que nossa água não seca, pois é água que vem do Trono de Deus! Quando ingerimos desta água, o que é impuro começa a sair e dar lugar ao que é bom e agradável.

Mas como acumular esta água? Como beber desta água e não deixar que me esvazie?Como passar pelo deserto e resistir aos longos períodos de secas pelos quais passamos?
Arrisco um palpite, reconhecendo que não tenho respostas para muitas perguntas: obedecendo as Leis de Deus, vigiando, orando e jejuando.Buscando esperança no ribeiro, notando a beleza que resplandece a cada amanhecer! Amando mais, arriscando mais.Fazendo mais análise (pois estarei em contato direto com meu lado nefasto), perdoando mais e sabendo que “...tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus...”.

O conseguir acumular esta água, novamente nos assemelha aos cactos, que apesar de não precisarem da beleza de Deus – pois refletem Deus em sua simples existência - apresentam uma pele espessa com uma cera que ajuda a evitar a perda por transpiração. A planta tem também estômatos - estruturas semelhantes aos nossos poros -, que durante o dia, sob sol forte, permanecem fechados para evitar a perda da água na forma de vapor.

Mas a água do cristão não se perde com o vapor.Se perde com o distanciamento de Deus.Com o superabundar do pecado e com o exercício efetivo de nossas próprias vontades, não obedecendo à vontade do Pai.

Os cactos necessitam de sol e ventilação.Nós precisamos da luz eterna que nunca se apaga (Jesus Cristo) e do sopro do Espírito Santo, que é o único vento capaz de refrigerar totalmente uma alma.

Os espinhos são uma característica marcante dos cactos.Nós cristãos, somos marcados pelo sangue do cordeiro e carregamos muitas vezes, a marca de Cristo.

Não Cristãos!Não nos reduzamos a cactos! Apenas aprendamos com eles, assim como sempre estamos aprendendo com o próximo! E por que não?
Porque seus espinhos nada mais são do que folhas que se reduziram no processo de evolução desta planta!

Nossas flores não podem se reduzir a espinhos.Não precisamos de espinhos para nos defender e nem para evitar a transpiração como fazem os cactos.

Precisamos dar frutos e nossas flores, brotarem...

Que a evolução (espiritual ou não) não venha tirar o que de belo existe em nós.Que em nossas readaptações pela vida, não venhamos reduzir nossas flores em espinhos e nem nossos sonhos em frustrações.

Que passemos pelo deserto em boa companhia e que brindemos junto aos cactos, a arte de reter água, mesmo em terra seca!

Que Deus continue lhe abençoando

Sobre capela e bordel

Wellington Miranda


Foram dois anos de viagens pelas mesmas estradas.Pena que não foi de trem.Quem as conhece, confirmará o que direi.Quem não as conhece, que aproveite para viajar e conhecê-las.Trata-se de uma pequena serra no interior de S.Paulo, chamada serra de “Santa Maria”.Penso que a “Santa” ninguém viu, mas a beleza da paisagem é capaz de santificar qualquer alma que se permita ser tocada pela natureza, que ali, ainda vive.

Valeu a pena.Repentinamente me dei conta da localização de uma capela e de um bordel.Dois lugares antagônicos, construídos nos extremos da serra.Um, lugar de promessas, perdão, oração, respeito, santidade, etc, localizado na parte baixa.O outro, lugar de prostituição, gozo, descompromisso e “pecado”, situado no ponto mais alto da serra.Mas uma diferença visível se fez entre os dois:o prostíbulo, sempre encontrava-se de portões e portas abertas; já a capela, sempre de portões e portas fechadas.Cheguei a pensar, que talvez o padre estivesse fazendo uma visita para aquelas mulheres e aí, teve que fechar as portas e levar as chaves.Se foi evangelizá-las ou fazer-lhes companhia, não sei.Quem um dia passar por lá, que veja, e se possível, me ligue para contar.

Se forem subir a serra, não se preocupe em pedir a benção do padre (pois é a capela que você vai ver primeiro), ele não vai estar lá e pelo visto, a “santa” também não.Contente-se em saber, que se quiseres, no final da serra, terá um lugar de descanso, massagem e “boas” companhias.Que serás acolhido se estiverem te desprezando e consolado se estiver aflito.Mas lembre-se de que tudo tem um preço.Que após uma bela subida e um confortável descanso, a vida continua.Pessoas ou compromissos esperam por você e, independentemente, de como esteja se sentindo após a saída do bordel, a estrada continua linda!

Agora, se você é daquele que precisa da benção do padre para prosseguir viagem, pedir perdão a “ele” de seus pecados e pagar a penitência dentro da capela, não se esqueça: As portas estão fechadas e as chaves estão com ele!Não!Não tente entender o padre.Nada garante que o compreendido seja gostado.Às vezes, quando a gente não entende, come e gosta.Quando entende, desgosta e vomita.

Haverá um feitiço contra a capela?Algo que precise ser quebrado para que as portas se abram?Quem é que vive dentro do padre que pode estar adormecido, encantado?

Mais forte que o feitiço é o amor!Este pode muito.Faltará amor no padre ou na “santa”?

Se tal feitiço existir e for destruído, não mais haverá mistérios dentro da capela e nem na Serra de “Santa Maria” e, talvez, o amor do padre e da “santa” se transforme num tédio interminável.

Se por ventura, algum dia notarem a porta da capela aberta e a do bordel fechada, por favor, me comuniquem, acharei uma nova estrada que deva conter mistérios ...

Sobre apitos e apitos

Wellington Miranda

Já faz muito tempo...

Quando criança, costumava sair disparado para o “fundo” do quintal da casa de meus pais, quando ouvia o apitar do trem.Época gostosa onde me dava ao prazer de apenas escutá-lo.Penso que minha vocação para psicanalista iniciou-se aí. Neste saber escutar... Por que vocação? Porque vocação é algo que nasce com a gente, não se aprende, brota. A palavra vocação vem do verbo vocare, que quer dizer “chamar”. “...é uma voz interior que chama e indica uma direção a ser seguida...”. Se escutá-la, pode ser que eu venha a ter momentos de felicidade. Se não escutar, poderei ser rico, poderoso e até famoso, mas não serei feliz.


Resolvi escutar minha vocação, essa voz que se iniciou há muito tempo, e hoje, sou feliz...



Escutar o trem não era para qualquer um. Nunca me permiti acostumar com seu barulho estrondoso, pois aprendi, que ao se acostumar com as coisas, posso deixar de ver a beleza que existe nelas. Assim acontece com os casamentos, namoros, relacionamentos em geral e até com o próprio sofrimento. Pessoas acostumam sofrer e desistem de sonhar, acostumam com o jeito de seus parceiros e não criam mais nada. Diz um ditado:”Quem está contente do jeito que está não cria nada”. Criei um outro...Quem se acostuma e acomoda com as coisas do jeito que estão, não cria nada.



Muitos que moram próximo à estação ferroviária, acostumaram com seu apito e barulho, a ponto de não o escutarem mais. E é por não o escutarem, que o governo resolveu abolir as estradas de ferro e triplicarem os pedágios. Acharam que com a retirada dos trens, as pessoas não sofreriam. Erraram! Foram egoístas! Não perguntaram se a presença dos trens era importante! Sou feliz por ter escutado a minha vocação, mas me entristeço ao escutar hoje o apito dos trens. Não possuem a mesma força, não carregam mais a alegria de se exibirem quando estão chegando à estação. As crianças não o admiram mais e os maquinistas estampam em seus rostos, a tristeza de não serem mais reconhecidos e admirados por serem os condutores das locomotivas. Viajei muito com “eles”... Esses dias, tive que levar minha filha até à cidade de Anhumas para que ela pudesse conhecer um pouco, do que conheci muito. Gostou...



Que pena não morar mais perto da FEPASA; que pena as estações estarem destruídas – as climáticas também; que pena o apito do trem não ter a mesma beleza e a mesma força; que pena Rubem Alves não passar mais no fundo de meu quintal para dar aulas na cidade de Rio Claro; que pena não conseguir mais sentir o tremer do chão e os sons agudos da linha de aço, avisando que algo grande estava se aproximando; que pena não ver mais as pessoas acenando para nós, enquanto seguiam viajem e continuávamos a brincar...



E é por isso que não esqueço daquela época...porque a memória carrega coisas que fazem sentido e que podem ser usadas. Não esqueço porque foi apreendido. Vou levar para o céu quando morrer e compartilhar com aqueles que não souberam viver sua infância. Aprendi a escutar... e acabei escutando que o fim da vida dos trens estava próximo. Aí, resolvi seguir minha vocação... escutar pessoas, pois a ausência cada vez maior das locomotivas, marcava ,que um dia, não mais as escutaria.


Preciso parar por aqui, pois neste instante ouço um apito...se não escutá-lo agora, não sei quando o escutarei novamente...

Psicologia, família e vida cristã

Wellington Miranda

Ao contrário do que muitos pensam, a Psicologia não é uma religião e sim, uma ciência voltada para o estudo do comportamento humano e que, quando bem trabalhada paralelamente ‘a verdade bíblica, pode surtir efeitos extraordinários.

A Bíblia nos relata histórias vivenciadas por pessoas (Moisés, Davi, Jesus) cujo comportamento são modelos a serem seguidos e que ressaltam a importância do diálogo na construção da personalidade. Por isso, vale a pena pensar em como falamos com nossos filhos: com paciência, tolerância, amor, ou com “berros”, sem ao menos ouvir a “fala” do filho e entender sua forma de se expressar.

Em Pv. 28:21a, diz:a vida e a morte estão no poder da língua ...” Na educação dos filhos, os pais precisam estar atentos em como usam suas palavras.

Diante de “problemas” não ofenda a pessoa, mas refira-se a situação. Críticas como “burro”, “desleixado”, “preguiçoso”, atingem diretamente o cerne da personalidade, comprometendo a auto-estima e futuramente a auto-realização. As palavras ditas devem transmitir interesse pelo “assunto-problema” e não rejeição, prestando atenção se não estamos apenas ensinando a bíblia e deixando de vivê-la, ou seja, diz algo e faz outro, pois para a criança, é doloroso aceitar que os pais são mentirosos.

O tom de voz e o olhar são grandes aliados no diálogo, já que através deles pode-se sentir a rejeição ou aceitação do amor dos pais; amor este, que não se faz somente com beijos e presentes e sim, com inúmeras ações e demonstrações afetivas.

Assim fazia Jesus.Às vezes com poucas palavras, mas com comportamentos de afeto e compreensão, expressava seu amor nos momentos de dificuldades. Jesus transmitia amor, pois suas palavras tinham aceitação, suas reações mudavam atitudes e suas respostas mostravam respeito e confiança.

As críticas imediatas apenas prejudicam, distanciando as pessoas, causando danos a auto-estima e à formação da personalidade dos filhos. Manter sob controle as emoções que nos afligem é fundamental para o bem estar.

“ A vida em família é onde iniciamos a aprendizagem emocional”. Aprendemos como nos sentimos em relação a nós mesmos e como os outros vão reagir a nossos sentimentos. Também é o lugar que aprendemos interpretar e manifestar nossas expectativas e temores.

Aprendemos tudo isso, não somente através do que nossos pais dizem ou fazem, mas através do modelo que oferecem quando lidam individualmente com seus próprios sentimentos e com aquilo que passam na vida conjugal.

Como temos nos comportado perante a família e a vida cristã ? Quais modelos temos seguido: talentosos ou atrozes ?

Segundo Teles (1975), “ Nenhuma tarefa é tão importante que construir uma pessoa” .

Decidi

Wellington Miranda

Decidi que não vou mais compactuar com aqueles que transgridem as leis de trânsito. Vou denunciá-los.

Decidi que não quero me envolver com a política, apesar de me proporem vantagens econômicas e status social.

Decidi que continuarei louvando a Deus em todas as circunstâncias da vida.

Decidi que quero viver cada momento da minha vida como se fosse último, mesmo que às vezes venha a fazer papel de ridículo.

Decidi que quero sorrir mais, andar mais de bicicleta e continuar indo a pé para o trabalho, até que minha saúde me permita.

Decidi que quero pegar minha filha no colo até minhas forças não conseguirem levantá-la.

Decidi que continuarei a levá-la de bicicleta à escola até suas perninhas crescerem e não caberem mais no suporte que a sustenta.

Decidi que não quero mostrar às pessoas o que possuo de bens materiais e sim, fazê-las entender que o melhor é o que somos por dentro, e não o que temos.

Decidi pagar o preço pelas minhas escolhas e sustentá-las para gozar delas.

Decidi olhar para o que tenho ganhado e não perdido, só assim meus olhos enxergam esperança neste mundo tenebroso.

Decidi ter esperança nos ideais de uma juventude que não se conforma com a corrupção deste mundo.

Decidi que tentarei amar mais o próximo, o que é muito difícil.

Decidi que continuarei almoçando fora e tomando meus cafés da manhã intermináveis e prazerosos.

Decidi que continuarei tratando bem aqueles que me pedem auxílio, mesmo que eu não os consiga auxiliá-los.

Decidi que quero estar mais próximo da minha família e se possível, fazer mais amigos.

Decidi que quero viajar mais e conhecer novas culturas.

Decidi que não vou aceitar qualquer discurso evangélico e nem político sem pôr à prova a veracidade dos fatos.

Decidi que não vou mais me calar frente à cegueira espiritual do povo evangélico e nem às críticas arrogantes daqueles que não acreditam em Deus.

Decidi que quero servir a Deus por nada e o nada me será tudo.

Descobri que existe uma realidade no universo que se chama Deus, eu o reconheço e o sirvo.

Decidi que continuarei usando as roupas que me sinto bem e não as que querem que eu use.

Decidi que continuarei estudando, fazendo análise e lendo todos os tipos de leituras, reconhecendo minha inconstância e às vezes, minha contradição.

Decidi que continuarei lendo a bíblia e trazendo seus contextos para os dias atuais.

Decidi que não quero mais contato com aqueles que me humilharam e descreram de minha capacidade.

Decidi que não quero mais perto de mim, pais que não educam seus filhos porque não querem aprender e nem aceitam críticas de seus erros.

Decidi que não me assentarei mais com aqueles que só falam em comprar e adquirir bens materiais.

Decidi que continuarei sonhando e escutando belas músicas ....

Decidi que quero dançar quando der vontade e cantar alto quando minha alma precisar gritar...

Decidi que continuarei indo às cachoeiras enquanto ainda houver água. Mesmo que ela seja gelada e os pernilongos me piquem.

Decidi que continuarei matando todas as aranhas que se aproximarem de mim, mesmo que eu goste tanto do Homem – Aranha ( Spider Man)

Decidi que continuarei escrevendo, mesmo que minha escrita não seja tão interessante.

Decidi que quero me preocupar menos com as coisas que parecem ser um temporal, porque na maioria das vezes, não passam de um copo de água.

Decidi que quero ser como árvore plantada junto ao ribeiro ( Salmos 1), que no devido tempo dará fruto.

Decidi que quero continuar crendo sem vê. Pois se vejo, então não há esperança, há certeza, porque esperança é acreditar sem ver.

Decidi que mesmo frente as incertezas, continuarei minha caminhada.

Decidi que quero continuar sendo romântico, gostando de poesias e utopias.

Decidi que continuarei acordando cedo, porque acho perda de tempo ficar dormindo.

Decidi que quero continuar olhando além do horizonte e chamando à existência, coisas que ainda não existem.

Decidi que estou aberto às críticas e sugestões e que aceitarei aquelas que procederem.

Decidi que não falarei para aqueles que não querem escutar e nem escreverei para aqueles que não querem ler.

Decidi que quero viver....... e que você também viva!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Uma só carne?

Wellington Miranda


Tenho percebido ao longo do tempo, quão difícil está sendo para as pessoas assumirem seus próprios erros, pontos fracos e o quanto necessitam de mudança.



Também tenho visto em meu consultório casais destruídos e egoístas que só pensam em possibilidades de mudanças, a partir da atitude do cônjuge e não dele, primeiramente.



Ando a me perguntar do porquê de tanto medo de uma mudança! Não dão o braço a torcer e quando cedem, sentem-se como fracassados e submissos. Como se fossem capturados pelo outro. Talvez daí a idéia errônea de que casamento priva a “liberdade”. A relação que poderia ser saudável, de cumplicidade e sinceridade, parece ter tomado uma nova dimensão.



Tudo está perdido? Não. Se há motivos pelos quais nos preocupar, há também soluções e essas vêem do mesmo terreno de onde surgem os problemas.

Monólogos articulados, portanto, tomam o lugar dos diálogos compreensíveis, em nossa época.

Em algum lugar Lacan chegou a dizer que não adianta a ninguém trocar de família, especialmente de pais, imaginando que terá seus problemas resolvidos. Eles reapareceriam iguaiszinhos se isso fosse possível. Digo que com o casamento, o mesmo também pode acontecer.

Por não reconhecerem a necessidade de mudança, as pessoas se separam e vão buscar o tão idealizado parceiro em outra relação! Não sarados de suas feridas e não dispostos a mudarem vossos comportamentos, não conseguem estabelecer uma relação duradoura e assim, o comportamento de pular de “galho em galho” se repete, mostrando o quanto nossa sociedade tem banalizado o casamento, a relação conjugal e o inicio da instituição chamada família.

Querem saber a todo o momento o por quê do outro não mudar! Entre começar uma mudança a fim de salvar uma relação ou afundarem a relação por resistirem ao início da mudança, optam pelo naufrágio da relação!

Não há nada a se compreender na delícia de um banho de cachoeira, na preocupação de um pai com um filho, na declaração de amor: Eu te amo. Não há nenhum por que, e se fosse explicado, perderia o sentido do afeto. Uma frase de união de um casamento poderia ser: “E que fiquem juntos até que a compreensão vos separe”. Não se pode entender o amor...

Se o sujeito é sempre responsável, não haverá sujeito sem responsabilidade.


Pois bem, o homem desbussolado continuará sem rumo se não lhe oferecermos a responsabilidade frente ao acaso, a surpresa, enfim, frente a seu inconsciente, à família e ao casamento. É dessa responsabilidade única e individual que muitos tem se afugentado.

Lacan apostava que seria possível tocar no ponto íntimo de vergonha do analisante (aqueles que fazem análise); não vergonha social frente ao outro, mas uma vergonha íntima sem a qual a vida fica nua, sem qualidade, desqualificada. A família é a primeira intimidade de cada um, sua “extimidade”, se preferirmos o trocadilho de Lacan. A família funda a “extimidade” de cada pessoa.

Concordo com Lacan, mas busco em Deus a sabedoria e aceito sua ordenança como um bálsamo que trás refrigério às relações, pois assim nos disse: “...deixarás o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne...”

Que Deus lhe abençoe .................e que você não se intimide ao precisar de auxílio!

Esvazie-me

Wellington Miranda


Esvazie-me Sr. da religiosidade que gera hipocrisia. Quero correr em Seus braços do jeito que estou, afim de que nosso encontro produza mudança de caráter.



Esvazie-me da permanência na segurança por medo do incerto. Esvazie-me da comodidade por receio dos erros e das certezas do que se vê, por ainda não enxergar em que se crê.



Esvazie-me do orgulho e onipotência na qual muitas vezes, posso ter sido capturado de surpresa. Quero ser livre...



Esvazie-me do meu conceito de riqueza, consumo desnecessário para a salvação de minha alma.



Esvazie-me dos conceitos limitados os quais aprendemos sobre Sua presença! Quero vê-lo em lugares inusitados e inatendíveis ao homem!



Esvazie-me de meu ego! Só assim deixarei de me ver e passarei a vê-lo!



Esvazie-me de minha rigidez e preocupação exacerbadas com Teu reino! Excelência se aprende e se desperta, não se impõe!



Esvazie-me de toda sabedoria humana, teorias psicanalíticas e fundamentos teológicos, para que eu possa me achegar a Ti reconhecendo que nada sou e que nada sei!



Esvazie-me de meus pensamentos impuros e às vezes insanos, mas não de Sua correção e exortação, pois o Pai corrige aqueles a quem ama!



Esvazie-me de estórias que para nada me servem, mas me ensine a usar as histórias que contribuíram para o meu crescimento.



Esvazie-me do falso controle sobre meus dias, pois o Sr. nos ensina que não devemos nos preocupar com o amanhã! A cada dia basta teu mal!



Esvazie-me do pré-conceito, da discriminação e do pré-julgamento. Quero acreditar cada dia mais que o ser humano é formado por mais virtudes do que defeitos. Pois nossos erros e defeitos são inspirados na limitação humana, mas nossas virtudes são inspiradas em Seu espírito.



Esvazie-me da incredulidade! Pois não nos interessa como é a vida do semeador e sim, da semente que será lançada e da terra que poderá ser fértil.



Esvazie-me do conceito de beleza dos dias atuais. Continue retirando os invólucros de meus olhos, para que eu também continue enxergando beleza onde muitos não a vêem.



Esvazie-me do pecado, mas não do ato de amar o pecador! Afinal, o Sr. veio para os doentes e enfermos, nos mostrando que onde abundou o pecado, superabundou a graça!



Esvazie-me do meu suposto controle sobre mim mesmo, para que eu delegue a Ti a manutenção de meus dias...



Esvazie-me de palavras torpes que não edificam, colocando em minha língua brasas ardentes, para a edificação do próximo.



Esvazie-me dos conceitos ilusórios sobre felicidade e faz-me entender que este é o tipo de gente feliz: gente que não anda segundo o conselho dos ímpios, que não se detém no caminho dos pecadores e nem se assenta na roda dos escarnecedores.



Esvazie-me do silêncio que nos faz pactuantes do pecado, por medo de pregar a verdade! Esquece-se que a verdade liberta!



Esvazie-me da descrença e me leve todo dia a ser criança. Somente assim confiarei sem titubear e porque delas, será o reino dos céus.



Esvazie-me...esvazie-me...

O livro e o pedreiro

Wellington Miranda


Aconteceu em Nova Odessa. Como todos já sabem, não dispenso um café com leite e um pão com manteiga.



Seja na parte da tarde ou na manhã (exceto nos dias de jejum), tal ritual faz parte de minha vida há anos.



Nesses momentos efêmeros, idéias me saltam, sentimentos me sacodem e a sensibilidade humana se torna, ainda, mais real.



No trajeto - consultório-padaria - me deparo com uma cena rara. A passos rápidos e concentração assídua, um pedreiro saindo de seu trabalho, retira um livro de sua mochila, coloca-a nas costas, abre o livro com suas duas mãos e se deleita numa leitura fantástica.

Nem o movimento louco dos carros, nem o atravessar da rua, faz com que aquele homem retire os olhos daquele livro.



Minha vontade era perguntar o nome do livro, mas com certeza eu estragaria sua leitura e a cena a qual eu nunca mais me esquecerei.



Este foi o fato. E agora, o que tal fato despertou em mim!



Pedreiro, nunca combinou com livro. Pelo menos em nossa cultura!



Mas na verdade, entre pedreiros e livros, existem muitas semelhanças e caminha tão junto, que sempre passaram despercebidos por nossos olhos desatentos.



De uma coisa sei: novamente vi beleza onde muitos não vêem. Fazendo minha auto-análise, pude compreender o porquê de meus olhos terem sido seduzidos por uma cena, aparentemente sem valor. Entre uma mordida de pão e um gole de leite, pude pontuar quão maravilhosa semelhança existe entre os dois.



O Pedreiro, é aquele que contribui na construção civil.

O Livro, é aquele que contribui para a construção do ser humano.



O Pedreiro, é aquele responsável por fazer um bom alicerce, afim de que a construção não desabe.

O Livro, se responsabiliza por uma solidez do caráter e do conhecimento, afim de que não sejamos contaminados pelo vírus da ignorância.



O Pedreiro, pelo menos os bons pedreiros, possuem olho clínico e identificam os perigos de uma construção.

O livro, pelo menos os bons livros, nos despertam novos olhares sobre ângulos jamais visto.



O Pedreiro, compreende que não se deve ter pressa para acabar uma boa obra.

O livro, nos faz compreender que uma boa obra, deve ser lida e relida quantas vezes necessário e apreciada, independente do tempo.



O Pedreiro, trabalha em harmonia com a natureza. A busca pela perfeição é encontrada nela. Sem a ajuda do tempo, a obra não anda.

O Livro, nos abre a possibilidade de conhecer o tempo, as paisagens e lugares, sem mesmos termos saídos de casa. Com o tempo, as páginas se tornam amarelas, porém, mais significativas. Com a ajuda do tempo, nossas mãos conseguem segurar um livro, mas não conseguem mais segurar um tijolo.



Prossigo meu café, pois perco de vista o pedreiro. Não sei se o encontrarei novamente. Momentos assim podem ser únicos...



Na ausência do Pedreiro, abrirei um livro, repensarei meus conceitos e apreciarei um novo entardecer.



Ele não percebeu minha existência – também, pudera! Mas minha existência pode perceber que aquele trabalhador não era apenas um construtor de prédio, mas um construtor de histórias!



Na verdade, acredito que aquele homem tenha virado poeta, pois ao que me parece, fez de sua profissão uma arte! Ou talvez, da arte, sua profissão...



Ou quem sabe, ainda, tenha se tornado um cantor, que no meio de seu ofício de construtor, cantarolou A Construção, de Chico:

...e atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música...

"...tristeza não tem fim..." Felicidade sim?

Wellington Miranda





Das clássicas proposições filosóficas aos atuais manuais de auto-ajuda, passando pelos trabalhos científicos e as construções utópico-ideológicas predominantes no século 20, a verdade é que o ser humano ainda não conseguiu dar uma resposta definitiva e satisfatória sobre o que é ser feliz e como conseguir sê-lo.



Os seres humanos por serem desejantes, seres de linguagem, são condenados a sentir, primeiro mal-estar e angústia, depois por serem impulsionados para algo que se supõe trazer a felicidade, um estado de completude, de não falta.



É certo que a necessidade quando preenchida leva o sujeito a obter a sensação de satisfação. Mas, não o leva o leva sentir-se feliz. Isto acontece porque “o desejo, jamais é satisfeito" (GARCIA-ROZA: 144)



O desejo jamais é satisfeito porque tem origem e sustentação da falta essencial que habita o ser humano, daquilo que jamais será preenchido e, por isso mesmo o faz sofrer, mas que também o impulsiona para buscar realização – ou satisfação parcial – no mundo objetivo ou na sua própria subjetividade (sonhos, artes, projetos utópicos, fé, etc).



Acredite ou não, na dimensão concreta da realidade, jamais o sujeito poderá conquistar a felicidade. A realidade do mundo, dos acontecimentos e dos fatos, sempre frustra nossa capacidade desejante de preenchimento ou a sensação de ser feliz.

Portanto, não podemos associar a satisfação das necessidades com a felicidade.

O desenvolvimento biotecnológico parece prometer uma felicidade que não se cumpre (vide o alto índice de depressivos, apesar do Prozac).

A psicanálise não ensina o sentido da vida, mas ao questionar sua história e suas escolhas, permite ao sujeito encontrar um sentido para ela, do que possa ser as felicidades possíveis, sendo ele o autor de sua própria história. Dando um pouco de descanso a Deus e menos culpa ao diabo!

A felicidade não pode ser produto de uma alienação, enganação ou delírio! Os recentes estudos sobre a felicidade apontam que ela será inventada por um sujeito que aprendeu a conhecer melhor a si próprio e o mundo em que vive.



Em vez de ficar obsessivamente buscando “a” felicidade, deveríamos sustentar uma certa “alegria de viver”, e que pudesse ser irradiada para também animar o próximo. Isso também serve para aqueles que se preocupam mais em diagnosticar, a tratar certas enfermidades psíquicas e físicas.

Coisas simples, como por exemplo, este trecho da música Corcovado – de Tom Jobim:



Um cantinho, um violão

Este amor, uma canção

Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar

E ter tempo pra sonhar

Da janela vê-se o corcovado

E o redentor que lindo!



Canto, violão, amor, calma, sonhos, visão... situações que nos deixam felizes. Simplicidade...pôr do sol, nascer da lua...



Enquanto brilhar no ser humano a esperança, a felicidade é possível, não como algo posto no futuro mas como algo que acontece no dia a dia, embora nem sempre consigamos perceber.



Contudo, aprendi a ser feliz em Cristo, pois quem está Nele não morre!



Que Deus lhe abençoe...............e lhe ensine a ser feliz!

Curando-se, para curar!

Na busca por uma visão única e exclusivamente espiritual, muitas vezes deixamos de lado decisões que vão contra nossos planos, a nossa ética e até mesmo nosso caráter. A partir disto, enxergo duas vertentes.



A primeira: por não querer ver a verdade que me assombra e me decepciona, faço do olhar cru, somente uma visão espiritual. Assim, torna-se mais fácil para aquele que se decepcionou, acreditar que não há maldade, inveja e desejo de controle por parte do próximo. Apenas foi instrumento do diabo ou permissão de Deus.



A segunda: decido-me a partir do que entendi. Ou seja, o próximo me ofende, me mostra o que realmente quer dizer com suas atitudes, e eu desconsidero a influência do diabo ou de Deus. Assim feito, enxergo realmente sua inveja, seu sadismo e sua “preocupação” desnecessária com a vida alheia. Mesmo assim, o perdôo.



Exposto estas duas visões, prossigo minha reflexão.



Um dos papéis da igreja de Cristo é acolher os feridos de espírito, é aconselhar segundo a Bíblia e não a achologia humana, aqueles que necessitam de orientações. Também é poder trazer para mais perto de Deus, indivíduos que estão perdidos e sendo consumidos pelo pecado.



Cabe ao corpo de Cristo, propagar o evangelho como ele é. Sem rodeios e promessas que não se cumprirão. Para tanto, existem estratégias.



Partindo deste raciocínio, queremos acreditar que aqueles que formam o corpo e auxiliam aos que chegam, devem no mínimo, estarem menos machucados e doentes comparados aos que necessitam de auxílio.



Infelizmente temos visto o contrário. Pessoas ainda firmadas no passado, rancorosas, invejosas, sem preparo espiritual e busca com Deus. Dizia Cristo: “...crescei na graça e no conhecimento...”.



Resultado: decepções cada vez maiores em nome de Deus. Pastores charlatões e ministérios cegos. Desunião dentro do corpo de Cristo, contenda e separação. Desobediência e dificuldades em seguirem regras. Igrejas monopolizando todo o tipo de cura, pensando que o ser humano é apenas espírito, e não também alma e corpo.



O Deus ao qual conheço, não se limita a templos feitos por mãos humanas. Igreja cheia de gente, não é o mesmo que gente cheia de Deus. Assim, a preocupação deve ser em salvá-las e não prendê-las. Orientá-las e não limitá-las. Aconselhá-las e não se mostrarem conhecedores de uma única solução.



Sabemos que a igreja é um lugar de pessoas complicadas! Mas ainda deveria ser o único lugar a ensinar amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a mim mesmo!



Fomento estas reflexões com o desejo de que sejamos sarados, e o corpo de Cristo venha ser lugar de paz. Desejo uma vida cristã sem peso, sem culpa e sem medo, pois estes sentimentos têm afastado as pessoas de Cristo. Quem gostaria de ter um pai que não deixa nada? Que fulmina e castiga em todo momento?



Portanto, vos digo algo para honra e não para a desonra. Somos seres humanos e não Deus. A busca pela santidade é necessária, opcional, mas não é obrigatória. Temos o livre arbítrio.



De uma coisa sei: que não olharei espiritualmente todos os episódios da vida, para isentar o próximo de seu desejo maldoso.

Também não culparei a Deus e o diabo todo momento, por tentar manter uma ordem num corpo que está doente e desordenado.



Desmascarei a mentira com a verdade e pagarei (apesar de já ter sido pago) o preço que for preciso. Não tolerarei movimentos enganosos dentro das igrejas e nem participarei de campanhas com promessas fantasiosas. Não serei moldado por pensamentos mesquinhos “sabedores” da verdade. E isto serve tanto para os que são cristãos, como para os que não são.



Na busca pela propagação da ordem, buscarei a sabedoria de Deus. E tenho certeza que Ele concederá!



As verdades devem ser faladas, as dúvidas sanadas e os corações sarados. Isto não se faz com o tampar do sol pela peneira. Isto se faz discutindo, sendo sincero e reconhecendo nossos erros e falhas. Sou a favor da autenticidade, incomode a quem quiser!



A igreja somos nós, e a retidão, humanismo e caráter, devem fazer parte de nossa história e de nossa vivência. “Aonde abundou o pecado, superabundou a graça”



Queremos um crescimento saudável? Então nos alimentemos de coisas que edifiquem!



Não almejo um corpo que seja visto pelo mundo, como crianças mimadas e coléricas que se rebelam contra as responsabilidades da vida adulta e que exigem um governo paternal para lhes suprir as necessidades desde o começo até o fim da vida!



A Deus, o papel de Deus! Ao anjo, o papel de anjo! À igreja, o papel de igreja!



Que Deus lhe abençoe!

Sobre crianças, doce e igreja

Wellington Miranda



Minha filha me pediu para escrever sobre crianças e doces. Pois segundo ela, todas as crianças, de doce gostam!




Não sei bem o que ela quis me dizer com isso! Só sei que algo me fez pensar!



A vida poderia ser doce como a visão de uma criança. Com todos os recursos e tecnologias que temos, poderíamos fazer da terra, novamente o paraíso. Mas não fazemos isso, pois nossas relações estão desgastadas!



Não me importa se o início do desgaste começou no jardim do Éden com a transgressão de Adão e Eva! O que me pergunto é até quando deixaremos nossas relações interpessoais serem afetadas por um comportamento que aconteceu lá trás!



Esta forma de repetição vem afetando nosso dia-dia, a família e os negócios. A falta de confiança e a maneira egoísta de achar saídas para seu próprio bem, foge dos padrões bíblicos, onde a igreja primitiva sentia prazer em dividir o pão, compartilhar os problemas e repartir os bens com aqueles que não tinham.



Confesso que meu coração tem se entristecido... Talvez porque não vejo a vida tão doce como o olhar de uma criança.



Doce representa prazer, infância, sabor, inocência! Hoje, o que tenho visto é amargura, rancor, egoísmo e falsa aparência!



Dentro das igrejas, muitas vezes não conseguimos dar o devido socorro e atenção aos aflitos!



Frente a líderes egocêntricos e individualistas, muitas vezes nos calamos para manter certa ordem e não causar espanto! Longe de mim o silêncio! Ou denunciamos aqueles que se apoderam do sofrimento humano para se auto-promoverem, ou então, estamos tão contaminados quanto eles.



Como dizia Oswaldo Montenegro: “... o fato é que a gente perdeu toda aquela magia...”



Magia talvez seja a palavra adequada para a criança que deseja o doce! Comer doce, é como se fosse um ato mágico, que nos leva a lugares incertos e inexplorados! Magia de criança... só funciona mesmo na “imaginação”...



Talvez por isso o doce seja tão bom! Porque o apreciam de uma outra dimensão, com outro paladar!



Adulto não entende que sabor é esse! Pois cresceu...perdeu a magia, a fantasia e a pureza!



Olha como algo que contamina os órgãos ou estraga os dentes! Seu olhar se perdeu... e seu paladar também...



As escrituras nos fala disso: “...se seus olhos forem bom, o resto do corpo também será, mas se forem ruins, o restante será trevas...”



Entendi porque minha filha pediu-me para escrever sobre doces e crianças! Na verdade, estava me convidando a deixar – pelo menos por algum tempo - de ser adulto! Gostaria que eu entendesse sobre elas (crianças) como um dia entendi e participei!



Quem conseguir entender a relação entre crianças e doces, não terá dificuldade em entender sobre Cristo e a igreja!



A igreja tem se tornado adulta demais, independente ao extremo! Mas Cristo nos exorta a sermos crianças e as deixarmos se achegarem a Ele, pois delas, o reino de Deus!



A igreja, anda se preocupando demasiadamente com o que não dá sabor! Com aquilo que contamina e estraga os dentes, com coisas externas, e tem se esquecido do caráter, daquilo que é interno!



Mas Cristo nos exorta a aprendermos com ele, que era humilde e manso de coração!



Bom mesmo será cantar no grande coral e andar comendo doces nas ruas de ouro! Fazendo roda de amigos e compartilhando os sonhos que um dia sonhamos... quando ainda éramos crianças!



Mas agora preciso sair! Pois minha filha está me chamando na cozinha para fazermos brigadeiro...



Que Deus lhe abençoe..........e que desperte em ti, o sabor pela mudança!

I believe in you

Wellington Miranda



Acabei de escutar a música I Believe In You (Je Crois En Toi (feat. Celine Dion)).

Qualquer tentativa de expressá-la com minhas palavras, seria um atentado ao artista. Como tenho fugido da transgressão e de ofensas prejudiciais ao próximo, resolvi deixar a tradução da letra para o leitor meditar.

Não se espante se algo dentro de ti for tocado! Pode ser a parte de Deus que lhe toca. Onde há beleza, ali Ele está! Onde há amor, presente Ele se faz!

Esvazie-se dos conceitos teológicos, esvazie-se de si mesmo e se permita percorrer o caminho que lhe for sendo apresentado, conforme o surgimento de suas idéias e vagações de seus pensamentos...

Para quem preferir, pode acompanhar com a melodia: http://www.youtube.com/watch?v=ce8HZ2keKwk&feature=related


Solitário é o caminho que tem te tocado
Um caminho sem descanso e sem regresso
Um dia encontrarás novamente a luz
Não sabias disso?
Não te deixes vencer e seja forte

Segue teu coração
Deixa que o amor te guie atraves da escuridão
De volta a um lugar que uma vez esteve
Eu acredito, eu acredito, eu acredito em você!

Segue teus sonhos
Transforma-te em um anjo de bondade
Não há nada que não possa vencer
Eu acredito, eu acredito, eu acredito em você!

Na solidão...assim você marcha
Com o coração aberto ao universo
Segue teu destino
Sem olhar para trás
Sem esperar mais
Que a manhã já se levanta

Eu sou sua estrela
Vê a onde teus sonhos te levam
Que a manhã te tocará
Se acreditares, se acreditares em você!

Eu sou tua luz
Não deixes que se apague a coragem que carregas
Ao final do caminho lembrarás
Que eu acredito, que eu acredito, que eu acredito em você!

Algum dia te encontrarei
Algum dia me encontraras
E quando nos conhecermos de perto
Saberá que isso é verdade!

Segue teu coração
Deixa que o amor te guie através da escuridão
De volta a um lugar que uma vez esteve
Eu acredito, eu acredito, eu acredito em você!

Segue teus sonhos
Transforma-te em um anjo de bondade
Não há nada que não possa vencer
Eu acredito, eu acredito, eu acredito em você!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Entendendo o inatendível

Wellington Miranda


Não quero me prender as quatro paredes de pensamentos pequenos, cuja humanidade vem fazendo parte. Quebro protocolos e avanço em direção ao nada. Ausência...

Sentimentos que não conseguem ser expresso em palavras, muitas vezes são os responsáveis por levarmos o rótulo de louco, diferente ou algo parecido.

A arte sempre me chamou atenção! Conduz-me de certa forma a um lugar inusitado, inexplorado e intocável por meu corpo. Pintores como Picasso, Modigliani, Johann Gütlich, me levam a um “delírio lúcido”. Faço silêncio em mim.

Religiosidade, preconceito, pensamento capitalizado, caem por terra como um vitral atingido por uma pedra lançada de um alforje de menino.

Deixo-me ser criança e também permito-me ser adulto. No intangível confinamento de minha alma, brota a esperança e sensibilidade pelo subjetivo.

Das curvas aparentemente inexpressivas dos pincéis tingidos, vejo vida, expressão de comportamentos e possibilidades de expressão.

No confinamento da religiosidade e evangelhos pregados de modo chulo, pessoas têm se tornadas prisioneiras das doenças da alma. Confinam-se dentro de si mesma, deixando de expressar o que de melhor existem nelas, pelo fato de não serem entendidas.

Viajo, entro em uma dimensão quase impossível de ser expressa em palavras! São nessas viagens que me encontro com Deus, com seus caminhos surpreendentes e com a ação multiforme de Seu espírito. Na subjetividade vejo Deus, pois me esvazio de mim mesmo!

Assim, vejo Suas mãos que pincelam como Picasso, Modigliani e Monet. Teclam como Mozart e Vivaldi. O reino de Deus encontra-se em momentos sublimes, tênues e sinceros como o abraço de um pai no filho, pois ali há bondade e carinho.

O reino de Deus encontra-se na ajuda missionária aos necessitados, onde longe dos holofotes e publicidade, dividem seus bens uns com os outros, sem precisarem ser visto pelos “grandes” nomes dos movimentos evangélicos.

O reino de Deus está onde há bondade, solidariedade e fé.

Sim...continuarei a viajar na arte e onde mais for preciso, pois o grande artesão do Universo, deu-me provas de Sua capacidade de colorir o mundo com seus pincéis humanos. Se as pessoas tornaram o mundo cinza, ofuscando a alegria das cores originais, isto não cabe mais a Deus!

A vida nos foi dada, a chance de administração de um mundo todo, foi colocada em nossas mãos. Mãos sadias, sem marcas de pregos! Um pintor ou pianista com mãos furadas, não conseguiria ir muito longe! Por isso, nossas mãos estão sãs. Pois preço de sangue já foi pago para que hoje pudéssemos ser livres, afim de que todo o nosso corpo, alma e espírito possam ser usados na prática do bem.

Continuarei buscando a presença de meu grande artesão, sei que me escutará nas horas de angústia, ensinando-me o caminho da olaria e do atelier, bem como, a hora certa de substituir os pincéis que já não absorvem mais as cores!

Que Deus lhe abençoe........na subjetividade de seu caráter!

Quanto a ti, vem e segue-me

Quanto a ti, não sei. Quanto a mim, cabe segui-lo. Na virtude, na velhice, na dor, na paz.....

O que tenho com Ele e Ele comigo, é individual, único. Assim, resolvi segui-lo. Segui-lo mesmo... esvaziar-se de mim, de meus apegos, de meus valores e se atentar para o propósito Dele em minha vida.

É fácil falarmos de despedida quando não dos despedimos. É tranqüilo falar que a dor passará, quando não estamos sofrendo. Mas quando um sonho desejado se encontra justamente com o desejo de Deus para sua vida, isto pode causar pânico. Pois quando percebemos a possibilidade de realização de um desejo, muitas vezes, tememos. No caso em questão, eu.

Quando isto ocorre, podemos dizer que se cumpriu o que diz as escrituras: “...se eu estiver em Ti e teu espírito estiver em mim... será concedido o vosso desejo...”

Aos que me conhecem, sabe que tenho alma de poeta. Aprendi ver beleza onde não existia e a valorizar o que passava aparentemente sem sentido no cotidiano. O problema, é que ter alma desta espécie (embora alma não tenha espécie), provoca sofrimentos inacabáveis, pois sofrimentos são eternos. Sempre haverá...

Mergulho-me em oração... No desprender-se de mim, choro! Choro a dor das crianças na África, mas choro o luto por perceber que Deus está me conduzindo para um outro plano. Plano não almejado dentro de meu contexto, no entanto, perfeitamente aceitável e tremendamente agradável por saber que estarei fazendo Sua vontade!

Relembro as promessas e as vejo a olho nu! O de repente de Deus parece estar acontecendo. É segui-lo e sustentar o Seu chamado, ou então, relutar contra Sua vontade e estagnar-me no deleite de meu próprio desejo.

Recordo-me de minha entrega e da frase que há dez anos lhe disse: Eis me aqui! Faça em mim Sua vontade e cumpra junto a Ti, os desejos de meu e seu coração!

Desejos estes, de ser um instrumento em Suas mãos. De poder mostrar os sinais e prodígios àqueles que não acreditam, que estão cegos em sua fé e sem a salvação de vossa alma. Não meu caro leitor, não estou alucinando! Mas estou impactado com a manifestação sobrenatural e ao mesmo tempo, tão mansa, sublime e humana! Sua face, para sempre resplandecerá!

Desejos que quebrarão paradigmas, religiosidade e noção do concreto e explicável. Desejos pelo inexplicável, mas tranqüilamente vivido!

Desejos que andam na contramão da psicanálise, da ciência e até da religião.

Desejos que se submetem ao sobrenatural com uma única finalidade: arrependimento dos pecados e rendição ao evangelho de Cristo.

Do nada, o “tudo” começa acontecer. Da estagnada ausência de esperança e cumprimento das promessas, renasce o desejo ardente da primeira entrega.

Coisas acontecem, providências são realizadas e o inesperado toma conta do cotidiano. A despedida é necessária e o choro, limpa a visão para um novo horizonte. Horizonte ainda não alcançado, mas perfeitamente atingível.

O luto é necessário. Valores do dia para a noite são modificados e reduzo-me a pó. Nesta terra, nu entramos e nu sairemos. Entendo que Deus não está preocupado com o nosso centésimo par de tênis ou de sapato e muito menos com o carro zero que adquirimos. Ele simplesmente diz: “...quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me..”

Negar-se a si mesmo, não é somente abrir mão da matéria, mas de todos os sentimentos que lhe tiram de Sua presença: inveja, arrogância, orgulho, soberba, vaidade...

Negar-se a si mesmo, é poder ofertá-lo hoje o seu coração! Colocar meus lábios para fluir em prol de Sua voz!

Negar-se a si mesmo, é poder levantar altares a Ele sem a preocupação do que vão dizer e pensar a nosso respeito!

Quanto a ti, não sei. Quanto a mim, continuarei a segui-lo! “...porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor a mim e ao evangelho, esse a salvará!”

Que Deus lhe abençoe.............na renúncia de si mesmo!

Projeto no Deserto

Não sei quanto a vocês, mas só consigo projetar algo mediante o silêncio. E o silêncio pode ter algumas facetas. Como por exemplo, um bom jazz de fundo ou um ótimo louvor do Hilsong. Este tipo de música me silencia, dirige-me a lugares nunca pensados e me proporciona asas pra voar!

Música com letras chulas, me nego a escutar. Isso serve tanto para o mundo secular, quanto para o mundo gospel. Também não suporto jargões repetitivos em nome de Deus. Às vezes, prefiro o silêncio...

Assim, o deserto pode ter vários sons, dependendo de quem está passando por ele e de sua habilidade para escutar.

Foi no deserto que Deus se projetou e projetou seu povo. Foi no silêncio que escutaram sua voz.

Foi em meio ao nada, que sentiram Sua presença.

Foi em meio à desordem, que se estabeleceram as tábuas da Lei.

Foi em meio aos milagres, que o povo descreu.

Foi em meio ao frio, que a chama aqueceu.

Foi em meio à escuridão, que colunas de fogo protegeram o povo.

Foi em meio ao sol insuportável, que Deus cobriu seu povo com nuvens.

Foi em meio a serpentes e escorpiões que o povo teve livramento.

Foi em meio à invisibilidade, que se Ele mostrou o quão concreto és.

Foi em meio à inexistência de água, que Ele fez brotar água da rocha.

Foi em meio à possibilidade de fome, que fez chover codornizes para os ingratos se alimentarem.

Foi em meio ao deserto que Deus demonstrou Sua grandeza, preocupação conosco e caminhos para a libertação.

Foi em meio à impaciência, que o povo teve que aprender a prudência da espera.

Foi em meio à desobediência, que puderam se atentar para o tempo infindável.

Foi em meio à coletividade, que tiveram seus valores fundamentados para uma forma de vida em comunidade.

Foi em meio às tempestades de areia, que se estabeleceu um outro olhar sobre o problema.

Foi em meio aos sentimentos extremos, que aprenderam a achar o equilíbrio.

Foi em meio ao tempo real, que suas vestes não envelheciam e nem suas sandálias se gastavam.

Foi em meio ao deserto que tiveram a chance de provarem a Deus.

Foi em meio às provações, que Deus pôde ver a intenção do coração humano.

Foi na escola do deserto, que o povo teve a chance de aprender o “be-a-bá” do Pai.

Foi em meio ao deserto, que Deus mostrou estar por perto.

Foi em meio ao deserto, que Deus fez o seu projeto.

Foi em meio à emboscadas, que atravessaram o mar vermelho.

Foi em meio à ingratidão, que murmuraram logo após a vitória.

Foi em meio à vitória, que se esqueceram da eterna existência de lutas.

Foi em meio às lutas, que aprenderam sobre o treinamento do Pai.

Foi em meio ao treinamento do Pai, que se apontou a possibilidade do domínio próprio.

Foi em meio ao domínio próprio, que aprenderam sobre a dependência total de Deus.

Foi em meio à dependência de Deus, que atravessaram o deserto.

Foi em meio à travessia, que contemplaram a importância de cada etapa da viagem.

Foi em meio a cada etapa da viagem, que o caráter de cada um foi visto, trabalhado e mudado.

Foi em meio à mudança de caráter, que Deus se alegrou de seu povo.

Foi em meio à boa conduta e liberdade de expressão, que aprenderam os caminhos e descaminhos do cristianismo.

Foi e continuará sendo projeto de Deus, que o homem dobre sua dura cerviz. Que se humilhe perante Suas potentes mãos. E também, que Suas bênçãos continuem a existir e, principalmente, sejam merecidas e alcançadas.

Pelo deserto sempre passaremos, mas não continuaremos nele! Será lugar de aprendizado, de trajetória e jamais de residência fixa!

No silêncio, escutaremos sua voz, jazz e louvores! No silêncio, também nos calaremos e daremos conta da sublime mansidão de Sua presença! Pois saberemos que este é o momento de esboçarmos nossos projetos e que o projeto Dele em nós, deve e será cumprido.

Que Deus lhe abençoe........................no seu silêncio necessário!